quinta-feira, 3 de junho de 2010

Produções Textuais

A produção dessas crônicas foi proposta pela professora de Língua Portuguesa após estudarmos as competências e habilidades necessárias ao conhecimento desse gênero textual, desde leituras e pesquisa à abordagens orais e escritas.


Escolha

Dirigia calmamente pelas ruas de São Paulo. O dia estava lindo! Cheguei em meu destino, guardei o carro e subi até o AP 22. Entrei, e lá estava ele, esperando-me apenas de roupão. Joguei a bolsa no chão e atirei-me em seus braços. Ele parecia corresponder aos meus carinhos, mas sentia a frieza de seus gestos. Parei e perguntei-lhe:
- O que houve? Você parece estranho?
- Estou cansado dessa vida! De ser apenas seu amante, Júlia! Deixe tudo e venha morar comigo.
Não me surpreendi com a atitude de Eduardo. Sempre discutimos pelo mesmo motivo. Ele queria um relacionamento sério, estável, e eu não estava disposta a perder tudo que construí com Artur. Sabia que se me separasse, ele faria o possível para arrancar tudo de mim, além do mais, jamais aceitaria a separação, pois isso refletiria em sua reputação.
- Você está me ouvindo, Júlia?
- Então, o que me diz?
- Você sabe o que penso. Não posso negar que te amo. O problema é que Artur não vai aceitar isso, fará de tudo para destruir-me. Ele preza muito sua imagem, por isso é tão cauteloso e controlador. Além do mais, essa nossa boa vida acabaria! Paciência, meu amor!
- Não, decida Júlia, agora, ele ou eu.
- Não entendo! Como você é incompreensível! Pense no melhor para gente.
- Para mim, só existe eu e você.
- Tudo bem, mas lamento muito por você não me compreender, adeus...
Saí com uma dor insuportável no coração, mas não voltaria atrás. De repente, deparei-me com Artur beijando uma mulher na saída do prédio. Ele me viu e veio ao meu encontro.
- Júlia, eu posso explicar.
- Não quero explicação, amanhã, você fala com meu advogado.
- Não precisa fazer escândalo, acalme-se, não fique nervosa!
- Me poupe né! Já aguentei você demais, suas humilhações, seus caprichos... Agora acabou.
- Entrei no carro e saí vagando pelas ruas sem destino. Meu telefone toca.
- Alô!
- Senhora Júlia Brandão?
- Sim!
- Aqui é da polícia. Seu Eduardo Silva deixou uma carta para a senhora antes de morrer. Desculpe-me pela informação, mas ele suicidou-se.
Fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Joguei o celular fora. Estava próxima da praia, estacionei e fui sentar-me na areia para refletir, pensar em tudo que me acontecera naqueles últimos dias, meses, anos... As lágrimas misturavam-se ao mar, e eu pensava:
- Por que fiz a escolha errada?

Jousiane Cardoso Ramos
3º A


O Imprevisto

Àquela noite tinha tudo pra ser inesquecível. Na verdade, de certa forma, foi marcante. Todos empolgados pra expor seus trabalhos e o público ansioso por vê-los.
Um grupo de amigos da escola, desconhecedores do assunto, apenas conversavam. Bruno, um garoto descontraído que não aceita ordem, e Vanderlene, uma moça elegante, inteligente. Ítalo e Alexandre são garotos engraçados, que perdem a pose, mas não perdem a piada. Eles sempre conseguiam atormentar a vida de Miranda, moça muito inteligente, porém, sua timidez tirava seu brilho, além de ser a única da turma que não tinha namorado. Isso a deixava chateada.
No decorrer do evento, no momento mais esperado, falta energia, e começa a sessão "tormento à Miranda". Ítalo e Alexandre começam a tirar brincadeiras com Miranda, que fica furiosa. Durante algum tempo, passa a ignorá-los, porém, não suporta tal atitude e começa a discutir com eles. Tapa vai, tapa vem, volta a energia. Percebo que Miranda não incomoda-se mais com as brincadeiras dos amigos, pois está hipinotizada por um olhar meigo e atraente de um belo cavalheiro que estava no palco e que também a observava.
No final da apresentação, o garoto desce rapidamente do palco, mas ela o perde de vista. Depois de um certo tempo, o garoto, que na verdade é Edi, amigo de Bruno, reaparece por trás dela, entrega-lhe uma rosa e a convida pra sair daquele lugar para terem uma conversa mais reservada. Ela, apesar de tímida, aceita o convite. Então, no meio de uma conversa... ele a beija. Ela descobre o amor e consegue vencer sua timidez. Percebe, então, que tudo tem seu tempo certo e que as coisas mais belas e lindas do mundo não podem ser vistas e nem tocadas, devem apenas ser sentidas com o coração.

Evirlândia Pereira Miranda
3ºB

Cuidado para não desabar

O dia amanhece, a cidade acorda e se surpreende ao ver um prédio que foi construído há pouco tempo, ameaçando desabar. Uma vaidade que habita uma cidade. Ele envaidece, imaginando-se firme e seguro, em forma de casas empilhadas querendo chegar ao céu, numa espécie de desafio humano, que é muito vaidoso.
Quando foi feito, parecia uma mulher. Paredes pintadas, lisas como pele de uma mulher, de repente aparecem rachaduras, como as rugas que tivessem surgindo com a idade. Inútil, o edifício está condenado, sabe-se que não tem mais jeito, as escoras não aguentam mais estas colunas enfraquecidas, se não cair agora, cairá depois, seja pela rápida implosão ou pelas mordidas das picaretas.
Entre as quatro paredes de nossa casa está guardada a nossa vida privada, nossos objetos familiares, nosso mundo reservado, onde tentamos preservar nossa intimidade, nossa privacidade. Mas para quem mora num prédio desses, de repente tudo acaba. Seja na madrugada ou pela manhã, gente como a gente, é mostrada pela TV e nos jornais, mostrando seu desespero, andando pelo seu lar que agora está irreconhecível, transformado num lugar de perigo.
As pessoas lutam desesperadas para salvar alguma coisa. E aí, nossos olhos vêem objetos íntimos, como colchões, guarda roupas e até mesmo as próprias roupas mostrada pelas emissoras de TV e os flashs das máquinas digitais invadindo essa privacidade de gente como nós, que não tem saída, senão mostrar sua intimidade diante de todos.
O prédio continua lá. À sua volta, apenas os operários colocando "bengalas nas mãos desse condenado", também alguns moradores espectadores.
O pedaço de sua vida prestes a cair.
Sonhar é bom, mas temos que tomar cuidado para não desabar.

Lucas Maciel B. Medina
3º C

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